EC2: Amarração de armaduras longitudinais
8.4 Amarração de armaduras longitudinais
8.4.1 Generalidades
(1)P Os varões, fios ou redes electrossoldadas devem ser amarrados de modo a assegurarem uma boa transferência para o betão das forças de aderência, evitando a fendilhação longitudinal ou destacamento do betão. Caso seja necessário, devem adoptar-se armaduras transversais
(2) Na Figura 8.1 representam-se diferentes tipos de amarração
Figura 8.1 – Tipos de amarração para além da de prolongamento recto
(3) Os cotovelos e os ganchos não contribuem para a amarração de varões em compressão.
(4) A rotura do betão no interior da zona de dobragem deverá ser evitada respeitando o disposto em 8.3(3).
(5) Quando se utilizam dispositivos mecânicos, os requisitos de ensaio deverão estar de acordo com a norma do produto considerado ou com uma Aprovação Técnica Europeia.
8.4.2 Tensão de rotura da aderência
(1)P A tensão de rotura da aderência deve ser suficiente para evitar uma rotura de aderência.
(2) O valor de cálculo da tensão de rotura da aderência, fbd, para varões de alta aderência poderá ser considerado igual a:
em que:
- fctd valor de cálculo da resistência do betão à tracção, de acordo com 3.1.6(2)P. Devido à crescente fragilidade do betão com o aumento da resistência, fctk,0.05deverá ser limitado, para o presente efeito, ao valor correspondente à classe C60/75, a não ser que possa ser verificado que a tensão de rotura média da aderência aumenta para além deste limite;
(2)P O valor de cálculo da tensão de rotura à tracção, fctd é definido por:
fctd = αct · fctk,0.05 / γc
γc coeficiente parcial de segurança relativo ao betão= 1.5 (situação persistente ou transitória)
αct coeficiente que tem em conta os efeitos de longo prazo na resistência à compressão e os efeitos desfavoráveis resultantes do modo como a carga é aplicada.
Valor αct para uso em Portugal (Anexo nacional):
Adota o valor recomendado αct= 1,00
Quadro 3.1: fctk ,0.05 = 0.7 · fctm ; fctm = 0.3 · fck (2/3) (fck ≤ 50 MPa)
- η1 coeficiente relacionado com as condições de aderência e com a posição do varão durante a betonagem (ver a Figura 8.2):
- η1 = 1.0 para condições de "boa" aderência;
- η1 = 0.7 para todos os outros casos e para varões em elementos estruturais construídos com cofragens deslizantes, a não ser que se possa demonstrar que as condições são de "boa" aderência;
- η2 relacionado com o diâmetro do varão:
- η2 = 1.0 para φ ≤ 32 mm
- η2 = (132 - φ)/100 para φ > 32 mm
Figura 8.2 – Representação de condições de aderência
8.4.3 Comprimento de amarração de referência
(1)P O cálculo do comprimento de amarração necessário deve ter em consideração o tipo de aço e as propriedades de aderência dos varões.
(2) O comprimento de amarração de referência, lb,rqd, necessário para amarrar a força As·σsd instalada num varão recto, admitindo uma tensão de aderência constante igual a fbd é igual a:
em que σsd é o valor de cálculo da tensão na secção do varão a partir da qual é medido o comprimento de amarração.
Valores de fbd são indicados em 8.4.2.
(3) No caso de varões dobrados, o comprimento de amarração de referência, lb,rqd, e o comprimento de cálculo, lbd, deverão ser medidos ao longo do eixo do varão (ver a Figura 8.1a).
8.4.4 Comprimento de amarração de cálculo
(1) O comprimento de amarração de cálculo, lbd, é obtido por:
em que α1 , α2 , α3, α4 y α5 são coeficientes indicados no Quadro 8.2:
α1 tem em conta o efeito da forma dos varões admitindo um recobrimento adequado (ver a Figura 8.1);
α2 tem em conta o efeito do recobrimento mínimo de betão (ver a Figura 8.3);
Figura 8.3 – Valores de Cd para vigas e lajes
α3 tem em conta o efeito de cintagem das armaduras transversais;
α4 tem em conta a influência de um ou mais varões transversais soldados (Φt > 0.6Φ) ao longo do comprimento de amarração de cálculo lbd (ver também 8.6)
α5 tem em conta o efeito da pressão ortogonal ao plano de fendimento ao longo do comprimento de amarração de cálculo;
lb,rqd obtido pela expressão (8.3);
lb,min comprimento de amarração mínimo se não existir nenhuma outra limitação:
(2) Em alternativa e como simplificação de 8.4.4(1), poderá adoptar-se, para os tipos de amarração representados na Figura 8.1, um comprimento de amarração equivalente, lb,eq, definido nessa mesma figura, poderá ser considerado igual a:
- - α1·lb,rqd para os tipos representados nas Figuras 8.1b a 8.1d (ver o Quadro 8.2 para os valores de α1)
- - α4·lb,rqd para os tipos representados na Figura 8.1e (ver o Quadro 8.2 para os valores de α4).
em que:
- α1 e α4 definidos em (1);
- lb,rqd obtido pela expressão (8.3).
Quadro 8.2 – Valores dos coeficientes α1, α2, α3, α4 y α5
Factor de influência | Tipo de amarração | Armadura para betão armado | |
Traccionada | Comprimida | ||
Forma dos varões | Recta | α1 = 1 | α1 = 1 |
Outra, não recta (ver a Figura 8.1(b), (c) e (d)) |
α1 = 0.7 se Cd >3φ caso contrário α1 = 1 (ver a Figura 8.3 para os valores de Cd) |
α1 = 1 | |
Recobrimento das armaduras | Recta | α2 = 1-0.15 (Cd - φ)/ φ ≥ 0.7 e ≤ 1.0 |
α2 = 1 |
Outra, não recta (ver a Figura 8.1(b), (c) e (d)) |
α2 = 1-0, 15 (Cd - 3φ)/ φ ≥ 0.7 e ≤ 1.0 (ver a Figura 8.3 para os valores de Cd) |
α2 = 1 | |
Cintagem das armaduras transversais não soldadas à armadura principal | Todos os tipos | α3 = 1 - Kλ ≥ 0.7 e ≤ 1.0 |
α3 = 1 |
Cintagem das armaduras transversais soldadas | Todos os tipos, posições e diâmetros, como representado na Figura 8.1(e) | α4 = 0.7 | α4 = 0.7 |
Confinamiento debido a lapresión transversal | Todos os tipos | α5 = 1 - 0.04p ≥ 0.7 e ≤ 1.0 |
-- |
em que:
|
Figura 8.4 – Valores de K para vigas e lajes
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